A empresa portuguesa de canábis medicinal Pure Healing conseguiu atingir limites de THC nunca antes registados em plantas auto-florescentes, do banco de sementes holandês Dutch Passion. As flores foram testadas independentemente e registaram 28% de THC na Auto Cinderella Jack e 29% de THC na Auto Skywalker Haze.
De acordo com a Dutch Passion, “a medição destes níveis de THC veio do dispositivo Purpl PRO. Este é um dispositivo analítico ‘seco’, que usa espectroscopia, em vez de algumas das técnicas analíticas de química húmida tradicionais mais complicadas. Para usar o Purpl PRO, as flores são moídas num pó fino e escaneado com uma luz infravermelha, para determinar os níveis de canabinóides. Regra geral, o Purpl indica uma precisão de +/- 2% em THC e CBD.
A Dutch Passion alerta que os níveis de THC de 28% da Auto Cinderella Jack e de 29% da Auto Skywalker Haze são “excepcionais” e servem apenas para os utilizadores medicinais ou recreativos mais experientes. “Com esta potência elevada, é necessária apenas uma pequena quantidade de flores para obter um efeito mais intenso”.
Sérgio Neto, um dos responsáveis da Pure Healing, que tem sede em Alcácer do Sal, garantiu que os métodos utilizados são “100% naturais” e por isso resultam num produto “completamente orgânico”. “Queremos estabelecer uma posição e ser uma referência no cultivo de canábis para fins medicinais e científicos. 28 ou 29% de potência de THC é bom, mas conseguimos resultados superiores e não queremos parar por aqui. Em breve iremos partilhar os resultados do perfil de canabinóides e terpenos”. A Pure Healing, que recebeu a pré-licença do Infarmed em Novembro de 2019 e a licença de produção em Agosto deste ano, utiliza também predadores naturais para combater as suas pragas, de forma a obter flores de canábis 100% biológicas.
A paixão pelo cultivo de canábis de boa qualidade começou há uma década, quando a avó de Sérgio foi diagnosticada com leucemia. Nesta edição entrevistamos os responsáveis da Pure Healing para saber um pouco mais sobre a sua história (pág.54-55).