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Crónicas

21 Set 2021

Farmacêuticas: os novos Barões das Drogas

Durante décadas, os Estados Unidos da América (EUA) travaram uma guerra ineficaz contra os produtores e traficantes de drogas. Desde as esquinas das ruas do Bronx, a Medellín, na Colômbia, os “traficantes” eram considerados um dos espécimes mais desprezíveis da humanidade. Um dos motivos pelos quais esses esforços falharam foi porque os EUA ignoraram os maiores traficantes de todas as drogas: as empresas farmacêuticas americanas.
 

 

A política norte-americana era: "se alguém viciar 15 pessoas em opióides, é um bandido que merece apodrecer no inferno; mas se conseguir que 150 mil pessoas fiquem viciadas num opióide sintético vendido na farmácia, aí será um génio do marketing e merece um grande bónus”. A Big Pharma "ferveu" de vergonha, logo após a semana em que o The Washington Post e o “60 Minutes” relataram que os lobistas farmacêuticos manipularam o Congresso para prejudicar a Drug Enforcement Administration (DEA). Mas o pior é que o abuso foi muito além disso! A indústria farmacêutica manipulou sistematicamente todo o país durante 25 anos e os seus executivos foram responsáveis ​​por muitas das 64 mil mortes por causa das drogas, mais do que o número de americanos que morreram nas guerras no Vietnam e no Iraque. A crise dos opióides cresceu extraordinariamente, porque pessoas gananciosas, os chefes do tráfico latino e americano, juntamente com os executivos farmacêuticos, perderam toda a  sua humanidade, ao ver como lucros tão gigantescos podiam ser obtidos, tão rápida e facilmente.


Da farmácia à canábis


Nunca nenhum negócio chegou perto do negócio ultra-lucrativo da indústria farmacêutica. Por isso, as principais empresas farmacêuticas começaram a planear rapidamente a aquisição da indústria de canábis. Tomemos a empresa Insys como exemplo: uma empresa que obteve a aprovação da FDA para um derivado sintético da canábis, apesar da oposição aberta da empresa à legalização. Enquanto isso, executivos da mesma empresa foram presos por subornar médicos para promover o Fentanil, um medicamento altamente adictivo, uma droga que é 50 vezes mais potente do que a heroína e 100 vezes mais do que a morfina. O derivado sintético da canábis da Insys, mais conhecido como Dronabinol (ou Syndros em alguns países), é diferente dos sintéticos de rua, administrado por meio de gotas orais, para tratar a anorexia em pacientes com HIV ou para conter náuseas e vómitos em pacientes de quimioterapia. Quando uma empresa decide extrair o único composto da canábis, aquele que lhe deu a sua reputação "perigosa", colocando-a numa forma líquida altamente concentrada, podendo ser facilmente ingerida em excesso, aumentando a sua potência e a sua perigosidade, é isso que faz o governo falar de "segurança farmacêutica"? Acaso isto parece mais seguro do que usar a planta natural e intacta, com os benefícios adicionais dos canabinóides complementares usados ​​em outras funções terapêuticas?

 

Dizem que a Insys nunca quis legalizar a substância, em primeiro lugar, ela só desenvolveu o Syndros quando reconheceu que os lucros dos opióides podiam cair. É por isso que doou meio milhão de dólares para esforços anti-legalização. Mas quando não podem vencê-los, criam uma versão mais potente e assumem o controle. Em Portugal, existe um enorme risco jurídico ao atirar a canábis para as farmácias. A partir do momento em que o Estado se coloca na mão dos grandes accionistas das farmacêuticas, sem se interrogar porque é que o dinheiro vem via Panamá, Virgin Islands e outros paraísos fiscais, nem querer saber se os grandes accionistas dessas farmacêuticas pertencem a lobbies e cartéis relacionados com o tráfico, facilmente imaginamos a crise opióide americana. Ou seja, só nos EUA morreram já centenas de milhares de pessoas, ao mesmo tempo que muitas outras conseguiram substituir com sucesso os opióides por canabinóides. Mas transpondo esta realidade para Portugal, a pergunta impõe-se: porque será que as ordens médico-farmacêuticas querem a canábis exclusivamente nas farmácias?
 

 



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